quinta-feira, 9 de abril de 2009

E se é platônico?

O amor tem várias faces, mas e quando é algo impossível?

Não é necessário ser um romântico nato ou especialista em relacionamentos para dizer que o amor é algo complicado de se entender. Aos apaixonados, pode ser uma coisa boa, quando o mesmo é retribuído, porém, para algumas pessoas o sentimento pode ser algo negativo: É o caso do chamado “Amor Platônico”.

Conforme definição em matéria publicada na revista Marie Claire (número 116, novembro/2000), “é aquele amor que nunca se concretiza”, mas assim como o próprio termo amor, em sua simples concepção, é algo difícil de definir. A palavra platônico, vem de Platão, filósofo grego que imaginava dois mundos, um de idéias, o chamado mundo ideal onde tudo seria perfeito, e o mundo real onde tudo é limitado.

Mas afinal, o que seria o amor platônico? Para a psicóloga Marta Regina Monteiro de Souza, pode ser classificado como um “amor proibido”, aquele impossível de acontecer por diversos fatores.
É o caso da auxiliar administrativa, aqui chamada de Maria, por não querer revelar sua identidade. Maria se viu apaixonada por um professor de sua faculdade, logo no primeiro semestre. “Desde o primeiro dia gostei dele como pessoa, mas com o passar do tempo foi surgindo uma atração, foi emocionante e doloroso, porque eu sabia que éramos ‘hierarquicamente’ diferentes”, diz Maria. A mesma diz que chegou ao ponto de não prestar atenção na aula e sim no professor. Como um dos “sintomas” comuns do amor platônico, ela não conseguia nem falar com o mesmo, chegando a ficar tensa em vê-lo. Maria, acredita que não tem a mínima chance de envolver-se com o professor: “Acho que não existe mais essa de professor não sair com aluno, mas eu sei que no caso dele é diferente e ele não sairia”, completa.

Outro caso de aluna apaixonada por professor, ocorreu com a operadora de atendimento Letícia Rosa. Letícia, hoje com 23 anos, se apaixonou por seu professor de Geografia quando tinha apenas 11 anos. “Era aquela coisa infantil, mas posso dizer que foi o meu primeiro amor”. Letícia escrevia cartas de amor e as escondia, além de abandonar outras aulas para assistir a do professor. “Um dia teve uma festa junina na escola e ele apareceu com uma mulher, para mim o meu mundo desabou”, diz Letícia. Hoje ela aprendeu a superar o sentimento, mas confessa que caso houvesse interesse por parte dele ela aceitaria um envolvimento: “Mesmo ele sendo casado, ficaria com ele. Não se eu estivesse com outra pessoa, mas confesso que numa situação assim ficaria muito balançada.”

Alunos apaixonados por professores,é um dos exemplos mais clássicos de amores platônicos. “A proximidade, cria um laço que as vezes passa a ser mal interpretado por uma das partes, criando uma afeição acima do normal”, diz a psicóloga Marta Regina. Segundo ela, em casos extremos, o amor platônico pode causar perda da individualidade, da auto-estima, alienação e obsessão. “Em casos de obsessão, deve-se procurar uma ajuda médica, pois há perda do senso comum, e à partir daí o sujeito está pronto para cometer qualquer coisa.” A psicóloga ainda disse que é algo difícil de conviver, pois a sociedade julga pessoas com esse tipo de amor, porque prefere manter os sentimentos camuflados.

No amor platônico se tem a imagem da perfeição, o que pode causar grandes decepções em casos de envolvimento com pessoas. “A pessoa se torna tão perfeita para você, que o simples fato de ela te dar bola, já pode torná-la ‘imperfeita’, se há um envolvimento maior, o risco de decepção aumenta porque você nunca imaginou defeitos sobre aquela pessoa”, explica Marta Regina.
Complicado de se entender, difícil de lidar, são apenas algumas definições para o amor platônico. Porém, em casos como esses, o que vale é o bom senso. Tudo em excesso faz mal e essa regra vale para sentimentos. Portanto, qualquer manifestação que possa parecer fora a atitudes comuns, procure um médico especialista, pois isso pode tornar-se algo sério oferecendo sérios riscos psicológicos para o indivíduo.

O que você sentiu?


Já me senti muito mal. Cheguei a chorar nas férias porque não pude vê-la. Não nos falamos muito mas só fato de vê-la já me faz ficar melhor. Antes tinha certeza de que não ia dar certo, mas aprendi a ter confiança em mim.
Pedro*, 19 anos, estudante. Apaixonou-se por sua colega na escola.


Já fiquei tensa em vê-lo. Hoje é normal, mas antes não conseguia nem falar com ele. Ficava muda, gostava apenas de apreciá-lo, na verdade nunca me canso disso.
Maria*, 22 anos, auxiliar administrativa. Apaixonou-se por seu professor na faculdade.



Me apaixonava pela idéia de gostar dele, era bem aquela coisa de ‘menininha’, mas confesso que mesmo hoje, se ele me ‘desse bola’, isso me balancearia.
Letícia Rosa, 22 anos, operadora de atendimento. Apaixonou-se por seu professor aos 11 anos.


*Nomes fictícios. Os entrevistados preferiram não revelar suas identidades.

O papel do Papel Jornal - ONG oferece curso de jornalismo para jovens da periferia de São Paulo

São Paulo - Fotografando. Foi assim que surgiu a idéia que daria início à ONG Papel Jornal, conforme disse a jornalista Roseli Lotturco em entrevista coletiva realizada com estudantes de jornalismo no Centro Universitário Sant'Anna, no ultimo dia 31. A ONG que atua no Jardim Ângela, periferia de São Paulo, já possui mais de 10 anos oferecendo cursos de jornalismo para jovens da região. Roseli, que já chegou a morar no Jardim Ângela, disse que os jovens possuíam um excelente senso crítico, mas faltava organizar as idéias.

A respeito do fato que deu início a idéia do projeto, a jornalista conta que uma amiga do jornal "A Folha de S. Paulo", tentava fotografar no bairro e foi barrada por alguns moradores. Esses moradores reclamavam que a imprensa só ia à periferia para tirar fotos da "desgraça". Questionados pela fotógrafa, de como poderiam ser ajudados, os mesmos disseram que tinham vontade de aprender a fotografar. A partir daí, um grupo de jornalistas organizou o projeto.

Hoje, Roseli é professora de texto na ONG e mostrou com orgulho na coletiva, as matérias produzidas pelos jovens, que batizaram a primeira edição como "Desabafo". "Eles procuraram nos dicionários e encontraram essa palavra, cujo significado dizia: 'algo que superamos/ reorganizamos", conta Roseli. A mesma ainda afirma que o pior problema que os textos enfrentam é o preconceito das classes A e B, que observam como dó. "Olhar de baixo para cima e de cima para baixo não rola", diz a jornalista a respeito dos jovens.

Perguntada se o projeto seria levado a outros bairros, Roseli disse que infelizmente não há como. Segundo ela, apesar de ajudar bastante, o mesmo é financeiramente limitado, citando por exemplo a impressão do jornal, que ela afirma ser cara.

A jornalista se surpreendeu com o último tema levantado pelos alunos, que foi a "Crise econômica". "Fiquei super feliz, pois além de ser um tema que eu gosto, com certeza será um desafio para eles", diz Roseli que é jornalista especializada em economia e escreve em outras áreas também.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Pré-estreia do filme "Divã" é exibida para alunos da UniSant'Anna

Por Leonardo Ferreira


Na ultima quita-feira (02), foi exibido para alunos do Centro Universitário Sant'Anna a pré-estreia do filme Divã. O evento contou com a participação do ator Marcelo Saback, roteirista do filme. Para conseguir o ingresso do evento, os alunos precisavam levar 1 quilo de alimento não perecível.


Marcelo contou que o filme é uma adaptação de livro homônimo, escrito por Martha Medeiros, que também virou peça de teatro. Ele classifica o filme como o melhor entre os três. O ator falou também sobre sua carreira citando sua participação em duas novelas da Rede Globo e em Sai de Baixo, onde era o roteirista. O mesmo citou que precisava ir ao Rio de Janeiro para a pré-estreia com a atriz Lilia Cabral, protagonista do filme, e com isso o tempo para perguntas foi curto, não sendo aberto a alunos, o que desagradou alguns dos presentes. Para a aluna Talita Ribeiro ele aparentou estar com muita pressa e não deu muita importancia ao evento com os alunos. Seu colega Ricardo Braga também criticou o pouco tempo de conversa: "Mesmo com pouco tempo, achei que ele explicou muito bem, mas faltou a discussão com os alunos, estávamos esperando isso". Apesar disso, ambos dizem ter gostado do filme. "Com certeza vai ter um bom resultado de público e eu voltarei a assistir", completou Ricardo.


O filme "Divã" tem em seu elenco Lilia Cabral, Jose Mayer, Reinaldo Gianecchini, dentre outros. "Divã" relata a história de uma professora de 40 anos que decide fazer uma terapia e relata acontecimentos de toda sua vida. Dirigido por Jose Alvarega Junior, estreará nos cinemas no dia 17.