quarta-feira, 29 de julho de 2009

Lei municipal numero 1 zilhão de 2009: Proibido ler.



Cheguei tarde na faculdade. Com a criação da Restrição a Fretados, o trânsito, ao menos para mim, só piorou. Mas vamos seguir forte. Tenho que passar por desafios para conseguir a minha graduação. Graduação? Ela não é mais obrigatória para o meu curso. Basta escrever bem para ser jornalista, utilizando as palavras do STJ. Não sabia que estudava quatro anos apenas para aprender a escrever.


Posso tentar ser publicitário, aproveitaria as matérias do meu primeiro ano e faria algumas Adaptações. É... mas fica complicado exibir publicidade uma vez que Outdoors também estão proibidos.


Quem sabe posso adotar o hábito de fumar, para relaxar. Esqueci... fumar agora só na rua.
A rua está perigosa. Além de assaltos, temos a o 'H1N1' circulando pelos ares. As aulas deverão começar mais tarde.


Vamos relaxar. Ir para um bar, tentar esquecer. Ah não! Estou de carro. A Lei Seca está aí, não posso dirigir. Mas posso voltar de ônibus, algum amigo meu passa o Bilhete Unico. É... Bilhete Unico de trabalho, só pode ser utilizado por um usuário.


Só me basta chegar a duas conclusões:


São Paulo é a Meca da proibição.
E... o universo conspira.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O balde



A minha revolta é muda. Não me mobilizo, não grito, não choro e nem bato. Calo-me. Jogo para algum lugar dentro de mim onde já estão raivas contidas, choros reprimidos, tristezas não demonstradas e gritos mudos. É como se fosse um balde com agua suja, mas aparentemente calma. Ao despejar mais agua no balde, o conteudo já existente remexe, as vezes respinga novamente em mim. Limpo e jogo aquelas gotas la dentro de novo.


A todo instante digo que o balde já está no limite, mas sempre tem espaço para algo mais. Quanto mais jogo, mais ele remexe e me incomoda, mas espaço ele ainda tem.
Já ouvi falar de stress, depressão, bipolaridade e enfarto cardiaco. É quando o balde vaza. Ele simplesmente é "protegido" pela minha máscara social: a de alguém feliz, "nem aí" e inatingível. Uma máscara para cada ocasião. A de homem simpático. A do príncipe encantado. A do Ogro machista. A do rapaz trabalhador. A do estudante aplicado; essa eu perdi. A do cantor de "clássicos" da música. A de bom filho. A de mal filho. A de irmão briguento. A de vizinho antipático.


Essas máscaras sociais disfarçam sempre o conteúdo do balde. Ninguém nem sabe que ele existe. Até um dia eu surtar e quando isso acontecer não há máscara que segure. Elas vão se rasgar e se despadaçar. E as máscaras sociais das pessoas ao meu redor, que ainda conseguem conter seus baldes, vão falar: "Louco". "Surtou". "Enfartou". "É Stress". "Ele não leva uma vida saudável". "Isso é de guardar coisas, por isso que não guardo". "Coitadinho".


Mas aqui quem vos fala é mais uma máscara: A de quem quer escrever algo legal.

E no fundo, eu não passo de um balde, que ainda não achou seu fundo.

sábado, 18 de julho de 2009

Os "Popozudos"

O mundo inteiro sofre de escassez. Escassez de água, de comida, de dinheiro (Ava!), de cultura, de inteligência, mas principalmente de coragem. Falta no mundo e sobra ao mesmo tempo. O mundo sofre de abundância de bunda, escassez de peito.


Peito para enfrentar o real e tudo que nos cerca. Peito para agir. Sobra bunda. Os chamados bundões. Em termos mais chulos, c...zão, se é que me entende. Prefiro chamar de popozudos. É... somos um bando de popozudos. Orgulho quanto a isso? Ou temos ou fechamos os olhos.


O engraçado é que as pessoas de peito não são enxergadas, ou se são, não são reconhecidas. Falta gente para acabar com a palhaçada na política, na vida social, na vida econômica. Ao invés disso o que fazemos: reclamamos, para si. A bunda cresceu. Parabéns. A hipocrisia também.


Vamos odiar nossa vizinha fofoqueira falar mal de nós, mas vamos assistir cada vez mais realitys-shows, o que que tem? É legal. Eu também assisto. Vamos rezar na Igreja e nos enroscarmos na balada. Muito bem! Viva! E cadê o peito para assumir quem somos?


Cadê o peito? Falta. O que me envergonha e enoja é saber que nada sou mais do que mais um popozudo. E talvez você seja também.
Onde estão os “melõezudos(as)”? Por favor. Precisamos de vocês.

Esse é o Brasil. Esse é o mundo.


E esse é mais um popozudo quem fala.